domingo, 22 de abril de 2012

Eu me acostumo a ver televisão mais do que eu gostaria, a levantar de madrugada, a comer sem sal, sem gordura e às vezes até sem açúcar. Me acostumo a dormir cedo, a não sair todo fim de semana, a sair pra dançar sozinha, a estudar o fim de semana todo. Eu me acostumei a cuidar de você, a dobrar suas roupas, fazer comida sem sal e mesmo assim bem temperada, a lavar vasilha por gosto. Eu já me acostumei até com os atrasos, a demora pra me responder, o seu jeito "durex" de ser, tão diferente do meu "super bonder"...Com isso tudo eu me acostumei, e não foi esforço nenhum. Mas eu não quero e não vou me acostumar com a sua ausência. Não sei ser sozinha sequer um dia! Não me acostumo em acordar de manhã sem te ver do meu lado, em não ter seu beijo de bom dia (t-o-d-o dia), em não ver você pular da cama bem cedo pra depois voltar a dormir, em não tomar café da manhã do seu lado e ver você sujar a margarina com a colher do chocolate. E apesar dos dias sem tudo isso serem bem mais frequentes, eu não me acostumo e não quero me acostumar. Porque eu sou assim..."super bonder"!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Carta para minha mãe

Dorinha, minha rainha, minha mãezinha, minha doce corujinha...
Quantas vezes, minha mãe, eu quis estar ao seu lado, ainda mais perto do que o coração permite...quantas vezes eu quis trocar de lugar com você, tomar pra mim um pouco do peso da cruz que de vez em quando pensei deixar mais pesada.
Quantas vezes olho para mim e quero ver você, quero enxergar em meus olhos a sua força, nas minhas palavras a sua coragem, nos meus atos a sua fé...
De você herdei a missão/vocação, o amor pela música e até os gostos musicais, a "veia poética", a mecha branca no cabelo, a magreza elegante, as pernas bem feitas e o jeitinho de falar ao telefone. Mas parece que queria ter herdado ainda mais...só pra ter ainda mais de você aqui comigo.
Todas as vezes que me lembro de você, aqui de longe, vejo o quanto eu virei mesmo uma corujinha, assim como você! A insônia criativa, a necessidade de estar sempre "à caça", a esperteza, mas principalmente, a "corujice" em si...
Dizem que a coruja é a mãe mais apaixonada que há no reino animal. Cuida dos filhotinhos até que estejam prontos pra alçar os próprios voos, e mesmo que eles sejam feios de doer, os trata como as maiores beldades do mundo!
E graças a essa sua "corujice" é que aprendi, acima de tudo, a me amar! E me amar principalmente porque vejo em mim um espelho de você...e como eu poderia não amar algo que se pareça com você?
Me lembro de que, quando criança, quase toda frase que eu dizia na escola começava com "A minha mãe...". Algumas pessoas me achavam mentirosa, julgavam impossível existir mulher assim, tão maravilhosa quanto a das histórias que eu contava.
Mas ela existe!
E é só minha!
Minha Dorinha, minha rainha, minha corujinha, a minha mãezinha "que mesmo não me vendo, me vigia..."

Te amo.