terça-feira, 30 de agosto de 2011

Aprendi com a solidão a não ter medo do escuro
Porque quando fecho os olhos é tudo o que vejo
E é com os olhos fechados que tenho os mais belos sonhos.

Com ela aprendi a ser forte
Pois foi nela que que me apoiei pra me levantar
Quando só nós duas nos fazíamos companhia

Foi com a solidão que aprendi a chorar
A olhar meu rosto lavado de lágrimas
E reconhecer ali a beleza da dor

Mas acima de tudo, com a solidão aprendi a ser eu
Pois tive tempo pra me conhecer
Como ninguém jamais conheceria.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Queria estudar Direito

Mas nem quero mais. Já passou a vontade. Prefiro estudar jornalismo (direito) que ficar lendo leis o dia todo.
De verdade, já pensei muito mesmo em estudar direito. Mas nem procurei me informar melhor. Sabe o que é? As pessoas que estudam direito falam por si só. Aliás, só elas falam; ninguém mais tem este direito, apenas as pessoas DO direito.
Elas entendem tudo de leis. Entendem até o que fazer para burlá-las. São inteligentes, têm boa memória, sabem de cor toda a constituição do país e todos os códigos penais existentes. Só não conseguem se lembrar que existem outras pessoas que também têm direitos. Elas também não se lembram de ter deveres.
O pessoal DO direito sabe direitinho estragar uma conversa casual. Transformam tudo em palestra, em um julgamento em que é necessário defender sua ideia até o fim, como se fosse caso de vida ou morte.
Sei que se eu estudasse direito, teria uma carreira mais promissora. Poderia ser juíza, advogada, delegada, promotora e mais um monte de coisas. Sei também que ganharia bem mais do que ganho escrevendo essas coisas que talvez ninguém vá ler.
Mas também, quem é que lê o que o “povo” DO Direito escreve? Só eles mesmos se lêem. Eles escrevem termos absurdos, que pra que eles mesmos entendam é preciso um dicionário de português jurídico (eles têm até uma língua própria!!!). Mas só ficam nesse “escreve-e-não-lê”... então não faz diferença nenhuma. Se for pra ninguém ler, prefiro escrever sobre coisas mais interessantes, como o desinteresse que eu vejo em quem estuda Direito.
Até que acho bonito saber tudo das leis, saber como funciona o Estado e como reclamar seus direitos da maneira correta. Eu só não entendo é o porquê, já que muitas leis só existem no papel (são mera literatura), o Estado não funciona coisa nenhuma e a gente só sabe mesmo é dos nossos direitos, porque dos deveres ninguém quer saber.
Pra mim, a lei só existe mesmo pra que delas nasça a exceção. Então pra que estudar as regras se tem bem mais exceções e elas são bem mais interessantes?!
Até que seria legal ser uma dessas muitas coisas que se pode ser quando se faz Direito. Mas aí eu seria uma tiazinha super respeitável e super dentro da lei. Ia ser uma daquelas pessoas que deviam servir de exemplo, mas que no fim das contas só dão mau-exemplo. Eu podia ganhar muita grana e não trabalhar muito, mas isso é errado de acordo com as benditas regras de moral que meu avô me ensinou.
Eu podia fazer Direito e ser um milhão de coisas, mas ia estudar muito tempo até tirar carteirinha de OAB, ser aprovada num bom concurso e ter um emprego que compensasse todo esse esforço. Enquanto isso eu guardaria minha vida pra depois. Ia me casar velha, talvez adotar uma criança ou fica pra titia mesmo, daquelas que só aparecem no Natal e dão presentes caros.
Mas não pense que é preconceito meu não. Só falo essas coisas com base no que vejo todos os dias aqui nesse campus tão “eclético” onde Direito e Comunicação Social só se misturam no BASA. Até gosto de algumas pessoas do Direito. Algumas porque são da família, outras porque são exceção.
Enfim, eu queria muito estudar Direito... mas acabei optando por ser social.
E eu que só queria sentir prazer
Agora estou aqui, contando as horas pra te ver...
Emaranhada nos cabelos do seu peito me perdi...
Embriagada com seu cheiro adormeci
E ao abrir os olhos me deparei com o mar
Esse mar verde/azul que é o seu olhar...
E me deixei navegar nas suas palavras
pra que me levassem pra longe da dor que é ser sozinha.
E fui me guiando por você
Sem saber a hora certa de parar,
sem saber se era preciso anunciar.
E foi assim...
por você, aprendi a esperar o melhor de cada dia.
Só por você aprendi a ser livre e a te deixar voar,
Pra uma hora nos encontrarmos no mar...
Esse mar verde/azul que é o seu olhar
Esse mar que me resguarda um farol e um porto
pra quando eu precisar descansar
Enquanto isso me deixo aqui
emaranhada nos seus cabelos
presa por suas mãos intensas
envolta em suas pernas e braços
que não me aprisionam, mas me libertam
e me deixam ser que há muito eu já não era...

domingo, 14 de agosto de 2011

Aprendi com os ipês a florir
Não porque é primavera e é tempo de flores...
É quase setembro e o vento sopra forte
Derruba telhas e carrega pra longe as folhas.
Assim ele fez com minhas dores...lançou pelo mundo, pra longe de mim.
Nessa época do ano, o sol parece não ter dó
Queima, resseca, torna tuda a pó...
Mas o ipê resiste...
E entre a sequidão, persiste
E lança suas flores multicoloridas por entre galhos retorcidos e folhas caídas.
E assim sou eu
Mostrando minhas cores em plena aridez
Enchendo de pétalas o caminho por onde ando
pra enfeitar a primavera, que não chegou
Mas está se aproximando...
Não peço que esteja comigo o tempo todo...já o sinto assim, em meu coração.
Peço apenas que esteja aqui, quando eu precisar...
Quando meus olhos buscarem a paz que só os seus podem me dar...
Quando minhas mãos procurarem seu rosto pra acariciar...
E quando meu corpo precisar do seu, pra encher cada pedaço meu.
Esteja em mim todo dia, como em telepatia
Nas músicas que ouço, nas poesias que canto ou nos rabiscos que escrevo
Esteja assim, em cada melodia,
nos meus passos incertos, na minha insônia e em minha alegria.

E quando chegar a hora do encontro
Não haverá mágoas ou cobranças,
nem atropelos ou desesperanças...
Seremos línguas, unhas, pele e desejo
Carne escarnada pelo fogo que guardei em meu peito.
E sua voz vai ecoar em meus ouvidos
Me pedindo pra ficar nua, me rogando pra ser sua...
E nosso corpos trêmulos se entregarão, cansados
aos braços um do outro, e do acaso, que nos guia sempre ao mesmo lugar.

E assim, meus olhos encontrarão a paz que só os seus podem me dar
E minhas mãos encontrarão seu rosto pra acariciar
Minha alma enfim repousará
Sabendo que somos um do outro, enquanto durar...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ter você é como ter um pássaro nas mãos
Nâo se pode prender, pois o canto perde a graça
Não se pode soltar, pois se perde no céu...
Vou jogando então migalhas pelo caminho
deixando meus rastros pra você seguir
E precisar cada dia de um pouco mais
até fazer de mim o seu ninho...
Eu não procurava laços
Queria alçar o céu, ganhar os mares
Descobrir novos mundos
Mas então você me veio
E com sua voz suave, disse tudo o que eu queria ouvir
Me evolveu em seus braços de um jeito que eu não queria mais ir
E eu, que por tanto tempo quis ser só
Agora só quero estar ao seu lado
E gozar cada momento seu que me é dado
Viver a plenitude do instante, como uma fotografia
Congelar os segundos que são meus na sua vida.
E o que era pra ser casual
Tornou-se parte do que eu sou
Eu, que não sou nada
que não recebo nomes ou títulos
só preciso mesmo me sentir amada
E se você assim me fizer, pouco importa o tempo
Muito menos os rótulos ou convenções
Quero só sentir todas essas emoções que me vêm com o seu olhar
Sentir seu toque me percorrer
e saber que ali eu não preciso ser nada
porque sou SUA.