terça-feira, 16 de agosto de 2011

Queria estudar Direito

Mas nem quero mais. Já passou a vontade. Prefiro estudar jornalismo (direito) que ficar lendo leis o dia todo.
De verdade, já pensei muito mesmo em estudar direito. Mas nem procurei me informar melhor. Sabe o que é? As pessoas que estudam direito falam por si só. Aliás, só elas falam; ninguém mais tem este direito, apenas as pessoas DO direito.
Elas entendem tudo de leis. Entendem até o que fazer para burlá-las. São inteligentes, têm boa memória, sabem de cor toda a constituição do país e todos os códigos penais existentes. Só não conseguem se lembrar que existem outras pessoas que também têm direitos. Elas também não se lembram de ter deveres.
O pessoal DO direito sabe direitinho estragar uma conversa casual. Transformam tudo em palestra, em um julgamento em que é necessário defender sua ideia até o fim, como se fosse caso de vida ou morte.
Sei que se eu estudasse direito, teria uma carreira mais promissora. Poderia ser juíza, advogada, delegada, promotora e mais um monte de coisas. Sei também que ganharia bem mais do que ganho escrevendo essas coisas que talvez ninguém vá ler.
Mas também, quem é que lê o que o “povo” DO Direito escreve? Só eles mesmos se lêem. Eles escrevem termos absurdos, que pra que eles mesmos entendam é preciso um dicionário de português jurídico (eles têm até uma língua própria!!!). Mas só ficam nesse “escreve-e-não-lê”... então não faz diferença nenhuma. Se for pra ninguém ler, prefiro escrever sobre coisas mais interessantes, como o desinteresse que eu vejo em quem estuda Direito.
Até que acho bonito saber tudo das leis, saber como funciona o Estado e como reclamar seus direitos da maneira correta. Eu só não entendo é o porquê, já que muitas leis só existem no papel (são mera literatura), o Estado não funciona coisa nenhuma e a gente só sabe mesmo é dos nossos direitos, porque dos deveres ninguém quer saber.
Pra mim, a lei só existe mesmo pra que delas nasça a exceção. Então pra que estudar as regras se tem bem mais exceções e elas são bem mais interessantes?!
Até que seria legal ser uma dessas muitas coisas que se pode ser quando se faz Direito. Mas aí eu seria uma tiazinha super respeitável e super dentro da lei. Ia ser uma daquelas pessoas que deviam servir de exemplo, mas que no fim das contas só dão mau-exemplo. Eu podia ganhar muita grana e não trabalhar muito, mas isso é errado de acordo com as benditas regras de moral que meu avô me ensinou.
Eu podia fazer Direito e ser um milhão de coisas, mas ia estudar muito tempo até tirar carteirinha de OAB, ser aprovada num bom concurso e ter um emprego que compensasse todo esse esforço. Enquanto isso eu guardaria minha vida pra depois. Ia me casar velha, talvez adotar uma criança ou fica pra titia mesmo, daquelas que só aparecem no Natal e dão presentes caros.
Mas não pense que é preconceito meu não. Só falo essas coisas com base no que vejo todos os dias aqui nesse campus tão “eclético” onde Direito e Comunicação Social só se misturam no BASA. Até gosto de algumas pessoas do Direito. Algumas porque são da família, outras porque são exceção.
Enfim, eu queria muito estudar Direito... mas acabei optando por ser social.

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