terça-feira, 17 de abril de 2012

Carta para minha mãe

Dorinha, minha rainha, minha mãezinha, minha doce corujinha...
Quantas vezes, minha mãe, eu quis estar ao seu lado, ainda mais perto do que o coração permite...quantas vezes eu quis trocar de lugar com você, tomar pra mim um pouco do peso da cruz que de vez em quando pensei deixar mais pesada.
Quantas vezes olho para mim e quero ver você, quero enxergar em meus olhos a sua força, nas minhas palavras a sua coragem, nos meus atos a sua fé...
De você herdei a missão/vocação, o amor pela música e até os gostos musicais, a "veia poética", a mecha branca no cabelo, a magreza elegante, as pernas bem feitas e o jeitinho de falar ao telefone. Mas parece que queria ter herdado ainda mais...só pra ter ainda mais de você aqui comigo.
Todas as vezes que me lembro de você, aqui de longe, vejo o quanto eu virei mesmo uma corujinha, assim como você! A insônia criativa, a necessidade de estar sempre "à caça", a esperteza, mas principalmente, a "corujice" em si...
Dizem que a coruja é a mãe mais apaixonada que há no reino animal. Cuida dos filhotinhos até que estejam prontos pra alçar os próprios voos, e mesmo que eles sejam feios de doer, os trata como as maiores beldades do mundo!
E graças a essa sua "corujice" é que aprendi, acima de tudo, a me amar! E me amar principalmente porque vejo em mim um espelho de você...e como eu poderia não amar algo que se pareça com você?
Me lembro de que, quando criança, quase toda frase que eu dizia na escola começava com "A minha mãe...". Algumas pessoas me achavam mentirosa, julgavam impossível existir mulher assim, tão maravilhosa quanto a das histórias que eu contava.
Mas ela existe!
E é só minha!
Minha Dorinha, minha rainha, minha corujinha, a minha mãezinha "que mesmo não me vendo, me vigia..."

Te amo.

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