sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Amigo a gente não faz. Eles já vêm feitos de casa, com uma bagagem que cabe a nós saber se vamos suportar ou não, se vamos ou não ajudar a carregar.

Amigo a gente não tem. Eles não são objetos, propriedades...Amigos a gente conquista, pouco a pouco, ou de uma vez. Às vezes, basta um chopp dividido numa mesa de bar, um samba dobrado ou um funk até o chão pra se descobrir um amigo "alma gêmea", desses que você bate o olho e vê que é pra sempre. Outras, demora um pouco mais...

Amigo a gente não divide, porque não é lanche. Você não coloca o amigo em cima de um paninho xadrez pra compartilhar, como fazia com a bolacha recheada no recreio da escola.

Seus amigos não precisam ser amigos uns dos outros, necessariamente, porque não são brinquedos que vão ter que ficar guardados na mesma caixa. Se for, ótimo. Se não, paciência. Resta aprender a cuidar de cada um a seu tempo e à sua maneira.

E os melhores amigos...Ah, por que é que esses têm que ser no singular? O bom mesmo é no plural, muitos, um pra cada sentimento, um pra cada versão da gente mesmo...

Amigo a gente não prende, não sufoca. Ser amigo é igual a criar um gato. Você dá amor, comida gostosa, colo quente, mas de vez em quando vai ter que entender que ele vai pular o muro pra procurar coisas que não encontra em você. Mas vai voltar, ronronando e fazendo gracinha pra te ver sorrir.

Não precisa ser parecido pra ser amigo, pensar igual, ter os mesmos gostos. Só precisa ser amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário