segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ela não se parece comigo. Nem fisicamente, nem de outro jeito nenhum.
Ela é morena, eu azeda.
Ela tem os olhos coloridos, os meus não sabem que cor querem ter.
Ela é boazuda, eu sou magricela.
Ela tem um gosto estranho pra homens e músicas.
Ela vai pra balada sertaneja, pro funk, pra micareta, e pra qualquer outro lugar onde possa se divertir. Eu me limito ao samba, rock e MPB.
Ela é desafinada, mas quando canta comigo entra no meu tom.
Ela não quer estudar, nem trabalhar de carteira assinada. Quer ser cada dia uma mulher diferente, e mesmo assim seguir vivendo tão bem quanto qualquer simples mortal.
Ela cozinha com gengibre e curry. Eu uso no máximo manjericão.
Ela quer bancar a periguete, mas só eu sei o quanto ela precisa de amor.
Eu não a entendo, mas não preciso entender.
Ela é assim, essa controvérsia em forma de gente, que chega do acampamento de oração marcando uma balada massa!
Ela não é da família, não mora perto de mim...eu não tenho obrigação nenhuma de vê-la ou ouvi-la.
Mas isso era tudo o que eu queria agora.
Pra morder no seu dedo e fazê-la ver que dói, que nem a vida.
Pra mostrar que doer faz parte, que é preciso doer pra ser belo, que nem tatuagem.
E que eu sempre estarei na ponta desse dedo, a poucas teclas de distância, latejando, pulsando, cheia de vontade de te ver feliz!

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