quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sapo vazio não para em pé...

Já engoli caroço, comprimidos enormes, chiclete e até mosca. Mas sapo não. Tá aí uma coisa que eu nunca engoli. Não porque eu seja dona da verdade...passo bem longe disso, aliás.
Esse sapo metafórico que se engole diariamente é daqueles que incham o papo quando descem pela goela da gente. Fazem um volume enorme dentro do buxo, viram e reviram nossas entranhas na tentativa de sair. Esse sapo costuma ser venenoso. Não age de primeira, fica ali dentro, remoendo lentamente o que você considera mais valioso.
Já me disseram que engolir sapo faz parte da vida, que mantém o equilíbrio ecológico das relações... Que é preciso respirar fundo e engolir a seco pra não piorar a situação.
Mas acontece que eu sou fraca pra essas coisas. Já tentei! Juro que tentei...mas uma hora ou outra o tal do sapo pula desesperado da minha boca e sai destruindo tudo o que está por perto.
Por isso preferi não tentar mais.
Esse sapo vem vestido de injustiça, de falsidade, descaso, desonestidade ou traição. Vem disfarçado com pintinhas coloridas, te chama de amigo e até de irmão.
É bem fácil reconhecer esses animais - quase peçonhentos. É só jogar um pouquinho de um sal chamado verdade, que se encontra em prateleiras escondidas nos fundos dos corações (todo mundo tem, só precisa se esforçar pra achar). Assim como o sal, o tal sapo também mora dentro de nós. Fica doido pra sair, se jogar na boca dos outros, se alimentar dos outros sapos que já estavam lá, esmagando tudo por dentro. Um perigo!
Mas calma, não é preciso fazer alarde, nem matar sapo nenhum - afinal, isto seria uma afronta ao tal equilíbrio ecológico, um crime até! Basta espalhar o seu sal aos poucos e não jogar seu sapo na boca dos outros.
Porque afinal, sapo vazio não para em pé.

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